Ijuienses são pioneiros da olivicultura no Brasil


Foi extraído, na primeira semana do mês de abril/2008, o primeiro azeite de oliva genuinamente nacional. O pioneirismo é do casal formado pelo advogado Guajará Oliveira e a médica nefrologista Olvânia Basso Oliveira, que há 24 anos dedicam-se a estudar e cultivar oliveiras, em uma propriedade localizada em Caçapava do Sul.

O azeite de oliva é uma gordura considerada nobre, por seu sabor e benefícios à saúde. No entanto, não há registros de produção brasileira. Todas as azeitonas e azeites de oliva consumidos no país eram importados de países como Espanha, Portugal e Argentina. A inexistência da olivicultura o cultivo das oliveiras no Brasil foi um dos motivos que despertou o interesse no casal pela atividade desde o início que se deu em 1998.

Foi em 1998 que os Oliveira começaram a dedicar-se à olivicultura. Como não havia assistência técnica especializada, o casal precisou buscar no exterior e em leituras o conhecimento necessário para o cultivo das plantas. Quatro anos mais tarde, em 2002, foram importadas as primeiras 300 mudas e iniciado o cultivo. “Fizemos um experimento, mas tivemos muitos problemas nessa época, porque não tínhamos condições técnicas de entender exatamente como deveria ser o manejo”, lembra Olvania.

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Os frutos das oliveiras já vinham sendo colhidos desde 2005, porém em escala menor. A colheita de 2008, resultou em 150 quilos de azeitona, que foram destinadas à extração no mesmo dia. “Uma das exigências para se obter um azeite de extrema qualidade é o tempo que se leva entre a colheita e a sua extração. Quanto menor esse tempo, melhor será o azeite pois ele mantém todas as suas características e propriedades organolépticas, explica Guajará.

Cerca de 30 litros foram obtidos nesta primeira extração.

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O azeite produzido a partir das azeitonas da variedade espanhola Arbequina são de sabor suave, cor verde-claro e “com aroma que lembra os aromas do campo”. A extração foi realizada em uma máquina que precisou ser importada para a atividade. “Conheço os azeites de Arbequina espanhóis, italianos e portugueses e o azeite produzido nessa pequena extração não fica a dever em absolutamente nada para os melhores azeites europeus produzidos com essa variedade de oliveira”, garante o advogado.

A produção de 2008 teve caráter experimental, mas, para 2009, o casal esperava aumentar a produção e iniciar a comercialização do primeiro azeite de oliva gaúcho e brasileiro.