Avaliação dos primeiros Azeites, que são gaúchos, produzidos no Brasil. Safra 2012


O proprietário da Chácara Cerro dos Olivais Guajará de Jesus Oliveira que concluiu o curso de Master Expert em Azeites de Oliva Virgem no final de 2012. Levou os azeites produzidos em 2012 na propriedade para avaliação por seleto grupo de pesquisadores e alunos do Curso na Universidade de Jaén – Andaluzia Como é de costume e tradição entre os alunos e professores do Master Expert em Azeites de Oliva Virgem. Todos os alunos dos diversos países levam para o Curso ou mandam buscar em seus países durante o mesmo os melhores azeites que se produzem em cada país, para passar pela análise do pessoal do Curso e, também, dos doutores durante as sessões de cata (analise sensorial).

Durante essa parte do curso já tínhamos avaliado azeites do Marrocos, Portugal, Argentina, Turquia, Espanhóis.

Na última analise sensorial da primeira quinzena do mês de novembro/12 iriam passar pela analise sensorial mais uma safra dos melhores azeites da Espanha. La estava o azeite que ganhou o primeiro prêmio do Ministério da Agricultura Espanhol em sua categoria chamado “Oro de Carnava” e o 2º lugar no Concurso Mário Solinas (o maior concurso do setor) e junto a esses azeites estava os azeites gaúchos produzidos esse ano de 2012 pela Propriedade Cerro dos Olivais, Era um arbequina e um koroneiki ambos elaborados em março/2012, utilizando-se da mais alta técnica de elaboração. Elaborar azeites de qualidade não é somente por azeitona na maquina e tirar o azeite na outra, nem fazer cursinhos de fim de semana, mesmo que seja no exterior. Qualidade requer trabalho,muito trabalho. Pela primeira vez na Espanha e no melhor Curso do mundo que ensina a conhecer azeites e prepara profissionais para atuar na área foi feita a avaliação de azeites gaúchos e brasileiros. Não sabíamos que iriam ser avaliados nossos azeites naquele dia, pois a sala de análise é preparada com os azeites que vão ser avaliados antes dos alunos e professores chegarem e todos os azeites são codificados e colocados nos vasos para análise com códigos para que não possam ser identificados por ninguém.

Naquele dia foram avaliados 09 azeites. Os 04 primeiros foram avaliados pela parte da manhã e os outros quatro pela parte da tarde.

A avaliação dos azeites (que é a parte pratica do curso) consiste em primeiro lugar ver se os azeites não tem defeitos (atributos negativos) e se os tem quais são e quais são, também, suas intensidades. Nessa etapa se verifica se o azeite esta ou não rançoso, se esta ou não avinagrado, se está ou não atrojado (defeito de depósito), se esta ou não mofado ou com umidade. Nessa primeira fase todos os componentes do grupo (no caso os alunos) fazem sua avaliação e dão as respectivas notas conforme a intensidade dos defeitos. Com qualquer defeito o azeite passa a não ser considerado com um azeite extra – virgem. Ele pode ser virgem (poucos defeitos) e caso tenha muito defeito (lampante-impróprio para consumo).

Feita essa avaliação por todos os presentes passa-se para etapa seguinte que é avaliação dos atributos positivos: Se o azeite é frutado (verde ou maduro). Se é amargo. Se é picante e qual as intensidades desses atributos. Quais as outras sensações que se percebe nos azeites como por exemplo: se tem aroma de ervas frescas, se tem aroma de banana, de ervas recém-cortadas, etc. e depois passa-se para as sensações gustativas: frutas frescas, amêndoas, maças, bananas, tomates, etc. Se o azeite é harmônico, se é complexo.

Passa-se a dar as respectivas notas desses atributos um azeite é considerado extra-virgem com notas igual ou superior a 7. Dai em diante classifica-se a qualidade com notas superior a essa. Todas as notas são apuradas utilizando-se de apurações e dados estatísticos.

Um azeite é considerado de concurso quando sua nota é superior a 7,5. A avaliação em concurso é feita através de outros dados a que se apura e são agregados aos dados iniciais de identificação do azeite se esse é considerado extra-virgem. A avaliação clássica do setor é avaliação feita pelo compendio de dados e pelo prêmio “Mário Solinas”. Que foi pesquisador que criou essa gama de classificação. É a maior premiação que um azeite pode ter no segmento. Esse prêmio é muito concorrido e dá aos azeites que são classificados nesse concurso um valor agregado muito grande. O compêndio de dados da vai a uma pontuação que pode chegar até a 100 pontos.

Os azeites gaúchos Cerro dos Olivais – arbequina e Cerro dos Olivais – koroneiki no dia da sua avaliação sensorial tiveram as notas 7,8 e 7,5 respectivamente. Ficando o azeite arbequina em 3º lugar e o koroneiki em 5º lugar. Ambos poderiam participar de qualquer concurso no mundo. Na avaliação para concurso com os dados do prêmio Mário Solinas feita pelos alunos e professores. O azeite “Oro de Carnava†citado teve a avaliação de 90 pontos e os azeites da arbequina e koroneiki da Cerro dos Olivais fizeram, respectivamente, 85 pontos e 80 pontos.

No final o professor pôs no quadro as notas dos principais azeites avaliados naquele dia. Momento que soubemos da avaliação dos nossos azeites e todo o pessoal do curso se surpreendeu que ali tinha dois azeites gaúchos/ brasileiros e com notas surpreendentes para eles, pois jamais pensavam que se poderia produzir azeites com tamanha qualidade por aqui. Para minha surpresa todos se levantaram e aplaudiram os nossos azeites e o nosso trabalho. Pedi a palavra e um pouco emocionado agradeci e disse para todos que estavam provando pela primeira vez azeites gaúchos e brasileiros. No final uma colega de Sevilla pegou a garrafa de azeite arbequina com o restante do azeite e disse que iria levar para sua casa.

A noite fui jantar com o Diretor Técnico do Curso em sua casa e levamos também, um pouco de nossa arbequina e koroneiki. A comida feita por sua mulher foi complementada com os nossos azeites. Uma tortilla maravilhosa, dourada, tábua de frios com diversos queijos e jamon serrano, saladas várias e de sobremesa chocolate com azeites da Cerro dos Olivais. Tudo regado com um maravilhoso tempranillo crianza da Galícia.

CURSO SUPERIOR DE ESPECIALIZAÇÃO EM OLIVICULTURA do IFAPA-Espanha

A proprietária da Chácara Cerro dos Olivais Olvânia Basso Oliveira, esteve em Córdoba-Espanha fazendo o Curso Superior de Especialização em Olivicultura. Foram 24 alunos de várias partes do mundo que estavam em Córdoba frequentando esse curso que se estendeu até 15 de dezembro/13. Ela esteve lá desde o inicio de novembro/12. Foi a única gaúcha/ brasileira selecionada para o curso na primeira convocação. Depois entraram mais 02 brasileiros de São Paulo e Minas Gerais que estavam no cadastro de reserva em virtude de impedimentos de outros candidatos.

Assim a propriedade Cerro dos Olivais tem dois especialistas no tema olivicola.

Olvânia Basso Oliveira será a encarregada dos cursos que a Argos estará montando na área. Também ela está fazendo um trabalho de pesquisa com pesquisadores da Universidade Federal- Faculdade Paulista de Medicina, com a utilização de azeites e folhas de oliveira no combate a hipertensão arterial. Pesquisa em andamento. Primeiramente com ratos de laboratório para depois a pesquisa se estender a humanos.